A modalidade 3×3 com uma das mãos, também chamada de 3×3 OH (One Handed), é uma das mais populares da WCA. O conceito é simples, é a mesma coisa que um 3×3 normal, mas com a dificuldade de poder utilizar apenas uma das mãos. Uma grande discussão que surgiu nos últimos anos a respeito dessa modalidade é a questão de qual método utilizar, Roux ou CFOP. No vídeo de hoje vamos explorar um pouco essa questão, e mostrar como está a situação atual no nível competitivo.
CFOP vs Roux
Primeiramente é importante explicar e diferenciar ambos os métodos. Naturalmente o CFOP é o mais conhecido. A sigla que vem de “Cruz, F2L, OLL e PLL”, também conhecido como Fridrich é o método mais utilizado no mundo do speedcubing. Para o 3×3 com as duas mãos, praticamente todos os cubistas de elite usam esse método.
O Roux por sua vez tem uma estrutura diferente. Deve-se iniciar com um bloco de 3x2x1 de um lado, e após isso se faz o mesmo do outro lado. Depois se resolve os cantos e finaliza a camada do meio e do topo com uma etapa chamada LSE. As etapas de resolução são completamente diferentes um do outro. Enquanto o CFOP tem uma questão ergonômica muito favorável, o Roux tende a ser mais eficiente. Enquanto a média de movimentos em uma solução de CFOP é de 60 movimentos, no Roux costuma estar abaixo dos 50. E aqui essa diferença pode ser ainda mais discrepante na categoria OH.
OH e a história
Por mais que o nome diga 3×3 com uma mão, as regras permitem que você utilize a mesa como apoio. Isso facilita muito mais os usuários de Roux a ter uma vantagem nesse quesito, já que o método requere vários movimentos de M e U. Fazer isso apenas com uma mão é extremamente difícil, mas o uso da mesa possibilita essa vantagem.
Historicamente o CFOP sempre foi mais utilizado, até o ano de 2018. O canadense Kian Mansour quebra o recorde mundial de média, com 9.52, e se torna a primeira pessoa a fazer isso usando o método Roux. Ainda no mesmo ano, a figura de Iuri Grangeiro se torna muito forte, quebrando diversos recordes continentais aqui no Brasil, usando o método, e entrando para o topo do ranking mundial.
Esses dois cubistas levantaram pela primeira vez o debate a respeito de ambos os métodos. Varias discussões começaram a surgir sobre as vantagens e desvantagens de cada um. O grande argumento em favor do Roux é justamente a questão da eficiência. A limitação de ter apenas uma mão faz com que necessitar de menos movimentos para resolver o cubo seja muito positiva. A tendência era que com o tempo e mais cubistas usando o método para a modalidade, novos recordes seriam quebrados. E foi exatamente o que aconteceu.
História recente
Recentemente um novo nome tomou conta do cenário internacional da modalidade. Sean Patrick Villanueva quebra o WR de média, que até então era de Max Park, com o incrível tempo de 8.09, beirando a casa do sub 8. Não somente isso, mas poucas semanas depois, quebra também o single, com 6.05. Isso marcou um novo domínio no OH, com uma nova grande influência na modalidade.
Além disso, no campeonato Europeu, talvez o mais disputado da história na categoria, teve como campeão Magnus Lensch, que também usa Roux. Poderia significar um domínio absoluto nos próximos anos. Porém, Dhruva Sai Meruva, da Suiça, quebra o recorde Europeu recentemente, com 8.27, chegando muito próximo de Sean. E o detalhe é que o competidor usa CFOP. Ou seja, a batalha não está terminada.
Como você acha que ficará essa disputa nos próximos anos? É impossível de saber com certeza, mas uma coisa é certa! Será muito interessante. Roux pode se tornar dominante ao ponto desse debate nem mesmo existir, ou será que com Dhruva e outros grandes competidores, o CFOP ainda tem uma chance de reagir? De qualquer forma você acompanhará tudo aqui no blog da Oncube!