Quem acompanha algum esporte além do cubo mágico sabe que no geral, em torneios de alto nível, apenas uma elite de competidores é permitida de participar. Mesmo em esportes individuais, como o tênis por exemplo, um iniciante na categoria jamais poderia disputar o Wimbledon. Porém no cubo mágico isso não acontece, ao menos não com a mesma intensidade.
A maior parte dos campeonatos são de categoria “Open”, ou seja, abertos para todos. Qualquer um que tenha acabado de aprender a resolver, pode participar. Há por muitas vezes uma limitação de tempo, para evitar atrasos longos demais. Porém, alguns torneios maiores, possuem uma “barreira” de inscrição, um tempo que um competidor precisa já ter feito em uma competição para poder participar.
Ainda assim, de modo geral, para o 3×3 essas limitações tendem a ser relativamente altas, e muita gente pode participar. Porém, na semana passada, tivemos um campeonato que foge muito dos padrões convencionais. Um campeonato apenas para competidores do mais alto nível do cubo mágico, onde somente uma seleta porção estava apta a participar. E mais ainda, esse campeonato pode significar uma mudança enorme para o futuro do cenário competitivo, deixando o cubo mágico cada vez mais próximo de se tornar um esporte da mente.
O campeonato
O campeonato em questão foi o Rubik’s NA All-Stars 2024. Só no nome, já é possível perceber algumas coisas muito interessantes. A primeira é a participação da “Rubik’s”, a marca original do cubo mágico no nome. Isso é algo que ocorre apenas em campeonatos grandes, geralmente no mundial. Esse apoio da Rubik’s é extremamente importante, e possibilita inúmeros avanços no cenário. Além disso, eles também transmitiram o torneio em seu canal do Youtube, que teve centenas de espectadores simultâneos, em uma terça feira a tarde.
O NA no nome, faz referência ao continente (América do Norte), onde aconteceu pouco depois campeonato Norte Americano de 2024, que falaremos a respeito em uma postagem futura. Mas apesar disso, competidores de fora da região poderiam participar.
Mas o grande ponto de diferença é sem dúvidas o termo “All-Stars”. Isso faz referência ao fato de que todos os competidores presentes são “estrelas” do speedcubing mundial. O requisito para se inscrever era ter uma média abaixo de 7 segundos. Apenas 300 pessoas no mundo atingem tal feito. O propósito do evento era ser algo mais interessante para os espectadores, para poderem ter contato com os melhores. Além disso, o lugar do evento é um dos maiores shoppings dos EUA, o que atraiu centenas de espectadores ao vivo, o que é muito interessante.
Cubo mágico como um esporte?
Isso vai de encontro com um desejo de tornar o cubo mágico um esporte mais atrativo para o publico leigo. Eventos de tal magnitude ajudam a atrair mais espectadores, que não conhecem sobre o cubo mágico, para assistir e desfrutar o evento. É uma evolução importante nesse sentido. O sonho de todo mundo que se dedica a um esporte é conseguir viver dele, e acontecimentos como esse proporcionam a possibilidade de no futuro terem mais patrocínios e coisas assim, para facilitar a concretização desses sonhos.
Sobre o campeonato em si, como esperado Tymon Kolasinski venceu, com uma média de 4.90 segundos na final! Como temos falado aqui no blog, Tymon tem se tornado cada vem mais constate, e provou isso nesse campeoanto de alto nível. Seguido por Matty Hiroto Inaba com um 5.35 de média, que teve um enorme potencial, e Luke Grisser fecha o podium com 5.95.
Esse campeonato foi um enorme avanço para o desenvolvimento do competitivo de cubo mágico, e se mais coisas assim começarem a acontecer no futuro, a chance do cubo mágico se tornar um esporte reconhecido, e quem sabe até oficial, é muito maior!
