A paixão pelo cubo mágico faz qualquer cubista extrapolar os seus limites, não é mesmo? O carioca Paulo dos Santos Costa foi uma dessas pessoas. Ele criou a maior réplica funcional do cubo mágico.
Paulo trabalhou como técnico de encadernação e conservação de documentos de órgão público federal. Aposentado desde 2012, teve a ideia de construir o cubo depois de acessar a internet e conhecer os cubos gigantes que existem pelo mundo, como o elaborado por Tony Fisher, na Inglaterra e o da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Em 2018, Paulo foi responsável por bater o recorde junto ao RankBrasil, devido ao fato de ter construído a maior réplica funcional do cubo mágico. Para ele, conquistar esse recorde é ser reconhecido por todo o seu esforço e dedicação na construção do grande quebra-cabeça. Além disso, ele também afirma que sua criação é uma forma de motivar outros brasileiros a construírem cubos funcionais tão grandes quanto o seu.
Como foi construída a réplica funcional do cubo mágico
Primeiramente, para falarmos sobre a construção da réplica e seus desafios, devemos nos lembrar do cubo 3x3x3, o original de Ernõ Rubik. Ele serviu como inspiração para a criação do cubo gigante e é composto por seis faces e seis cores diferentes. Além disso, o quebra-cabeça geralmente é feito de plástico.
A réplica funcional de Paulo também possui seis faces e seis cores diferentes. Contudo, foi feita de pluma de isopor revestida com tinta epóxi e esmalte à base d’água. Pesando 38 kg, foi nomeado de Gigantic 103, por possuir 103 cm de arestas. Seu eixo central foi estruturado em PVC, fibra de vidro e rolamentos de bicicleta.
Construir um cubo mágico pode ser mais difícil do que resolvê-lo e, com o cubo gigante não poderia ser diferente. A produção do quebra-cabeça se deu diariamente, iniciando em 4 de março de 2016 e finalizada em 6 de novembro de 2017. Além do grande tempo para conseguir finalizar o brinquedo, ele foi produzido em um apartamento de 68m² onde moravam cinco pessoas. Ou seja, todo o trabalho da construção foi realizado em um pequeno espaço.
O cubo é tão grande que, depois de pronto, o recordista ainda teve dificuldades para guardá-lo, sendo necessário deixar o objeto em um boxe de aluguel de novembro de 2017 a fevereiro de 2018. Mas a gente sabe que manter um aluguel não é fácil, certo? Por esse motivo, o cubo voltou para sua casa e Paulo ainda não decidiu o que fazer com um objeto tão grande.
Como começou a paixão pelo cubo mágico
O carioca sempre gostou muito de quebra-cabeças e, sobretudo de ciências exatas. Quando mais novo, o cubo mágico estava no seu auge, mas sendo um brinquedo vindo do exterior, era muito caro, se tornando apenas um desejo. Ele ganhou o seu primeiro cubo mágico no Natal de 2014, como um presente de sua esposa. O cubo em questão era o 3x3x3 que ele passou a resolver com a ajuda de tutoriais da internet.
Já no ano seguinte, Paulo ganhou de um dos seus filhos algumas variações do cubo mágico. Um desses era personalizado pelo Museu de Amsterdã, na Holanda, possuindo seis pinturas de Van Gogh, uma em cada face. A partir daí, ele começou a colecionar puzzles.
No mesmo ano, o carioca participou de um campeonato e se registrou no site da World Cube Association (WCA). Apesar disso, o seu foco não estava nas competições, mas na compreensão da lógica matemática do cubo.
Outro fato interessante de sua vida é que ele criou uma logomarca pessoal, O Velho e o Cubo, criando cubos personalizados e distribuindo-os gratuitamente em campeonatos brasileiros entre os anos de 2015 a 2017, mais especificamente o Brasília Open e Spring Open.
Benefícios do cubo mágico
Paulo é uma pessoa fascinada pelas possibilidades do cubo mágico. Sendo um conhecedor da lógica do brinquedo, ele também sabe de seus benefícios. Segundo ele, o uso do cubo mágico auxilia no aprendizado e estimula a concentração, a memorização, o raciocínio lógico e a percepção e estruturação de problemas.
O cubo mágico realmente é um brinquedo incrível e cheio de possibilidades e o recordista conseguiu unir essas possibilidades com a paixão pelo brinquedo. Os limites do cubo mágico vão muito além da lógica matemática, resolução do quebra-cabeça e criatividade na criação de cubos ainda maiores.
Mas e você, cubista? Quais os limites que você já superou com o cubo mágico?
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