Quem acompanha sempre aqui os posts viu que os últimos dois foram falando do Campeonato Sulamericano de 2024. Mas o que talvez você não saiba, é que em dias muito próximos tivemos outros dois enormes campeonatos continentais: O Norte Americano e o Europeu. Curiosamente no dia seguinte ao último do NAC foi o primeiro do SAC, e o primeiro dia do Euros foi o último do SAC, ou seja, foram 10 dias de muita emoção para os apaixonados por cubo mágico. Hoje contaremos um pouco mais sobre como foi o Norte Americano, e vamos terminar essa sequência dos continentais falando do Europeu na sexta feira! Vamos lá!
Informações gerais e contexto
O campeonato foi organizado pela Cubing USA, contando como sempre com uma enorme equipe de organização para fazer tudo acontecer. Nesse ano o torneio teve sede em Minneapolis, em Minnesota, no centro de convenções da cidade. A competição contou com todas as categorias oficiais, e definiria o campeão norte americano de cada uma das 17 categorias.
Diferentemente de outros torneios continentais, a história do Norte-Americano é relativamente recente. Foram apenas duas edições, sendo a primeira no canada, e a segunda essa. Mesmo assim, se trata de um torneio de enormes proporções, que reuniu quase 1000, de vários lugares do mundo.
Recordes
Sobre os recordes quebrados no evento, não foram tantos quanto talvez poderia se esperar. Mas isso se deve pelo altíssimo nível do evento, já que os EUA são a maior potencia no mundo do speedcubing, então praticamente qualquer “recorde nacional” é também o recorde mundial. Mesmo assim tivemos alguns recordes que valem a pena mencionar.
O primeiro deles é claro, envolve o grande Max Park. Ele se lembrou dos velhos tempos onde quebrava diversos recordes mundiais por semana, e levou 3 WRs pra casa nesse evento, um em cada big cube. No 7×7, quebrou o WR de single com um impressionante 1:34.15. Para o 6×6, após um início estável, consegue seu melhor tempo na última, e garante o WR de média. E para o 5×5, uma incrível média de 34.76, ele chega a quase 2 segundos do recorde de single, o que é extremamente impressionante.
Tymon Kolasinski quebra na final o recorde europeu de média, com um 19.83, sendo assim a terceira pessoa no mundo a baixar de 20 segundos a média. E de recordes relevantes, terminamos com um 3.20 de média no clock, de Brendyn Dunagan, que e até pouco tempo atrás seria um tempo inferior ao SAR de single.
Quase…
Agora sobre quase recordes. Na primeira rodada de Square, dois competidores tiveram a chance de quebrar o recorde mundial de média. Dylan Baumbach tinha uma melhor média possível na última solve abaixo do recorde mundial, e um erro custou isso. Ele ainda cometeu alguns erros nas duas primeiras, que poderiam ter garantido o WR já na quarta solve. Ele voltaria a ter uma melhor média (BPA) abaixo do WR na final, mas novamente sem sucesso. Sameer acabou na verdade tendo uma média abaixo do recorde, mas por uma penalidade de +2 segundos em sua segunda solve, infelizmente acabou falhando novamente.
Na segunda rodada de skewb, Dominic Redisi conseguiu uma média de 1.53 segundos. Isso é 0.01 atrás do recorde mundial. Qualquer melhoria teria garantido para ele recorde. Mesmo assim ele ficou extremamente satisfeito, ainda mais tendo terminado com um incrível 1.07 em sua última tentativa. Controlar o nervosismo dessa maneira é realmente impressionante.
Títulos
Após isso, o mais importante claro são os títulos. Aqui vamos abordar os mais emblemáticos para o post não ficar tão grande. Mas caso queira verificar tudo, clique aqui para acessar o site da WCA live. De qualquer forma vamos falar das melhores disputas.
No square, com 5.10 de média, Dylan defende o seu título e vence o torneio. Foi uma disputa extremamente acirrada, e tudo foi definido na ultima solve. Além disso tivemos o podium mais rápido da história.
Skewb em uma final também muito acirrada e com competidores de altíssimo nível, Dominic Redisi vence com uma média de 1.99, apenas 0.07 na frente da segunda colocação.
Pyraminx Andrew Mao quebra o NR canadense e desbanca o favoritismo de Michael Nielsen, e vence com 1.92 de média, apenas 0.03 na frente do americano. O terceiro lugar, de Marcus, ficou 0.05 atrás apenas.
Clock como mencionado Brendyn Dunagan quebra o CR com 3.20 na final. Após 2 tempos sub 3 e um 5, ele precisava de um bom tempo na última solve, e fez com maestria!
Os big cubes foram todos dominados pelo Max Park. Os podiums variaram um pouco de acordo com cada uma das modalidades. Menção honrosa para Matty que conseguiu 3 podiuns, no 4×4, 5×5 e 6×6. Dado o nível do campeonato é sem dúvidas algo incrível.
No 2×2, o grande favorito, Zayn Khanani, não conseguiu nem ficar no podium. E para a surpresa de muitos, Michael Nielsen se sagra campeão, compensando sua falha no pyraminx.
3×3
3×3 é sempre um caso a parte. A disputa pelo título se daria claro apenas entre norte-americanos. Mas Tymon Kolasinski, da polônia, estava presente. Apesar de não poder ganhar o título, ganhar o campeonato ainda seria importante. E foi exatamente o que ele fez. Tymon ficou em primeiro lugar em todas as rodadas do campeonato. E mais do que isso, conseguiu incríveis 2 médias sub 5, sendo uma delas na final. A média das 4 rodadas foi de 5.03, o que é simplesmente absurdo! Esse nível de dominância em um torneio desse calibre é algo sem precedentes.
Mas entrando na disputa dos norte-americanos, foi extremamente acirrado. Max Park manteve uma performance consistente ao longo de todo o torneio, e se sagrou campeão na final, com um impressionante 5.69. Mas um grande highlight da final foi a história de superação de Luke Grisser. Após ter maus resultados no nacional do ano passado, ele começou uma série bastante rígida de treinos. O que valeu muito a pena. Terminando com um histórico 5.45 na última solve que garantiu uma média de 6.11. O podium foi fechado por Matty, que havia ganho em 2022.
Em resumo, foi um campeonato de altíssimo nível, com históricas disputas na maior parte das modalidades. Além do espetáculo proporcionado, demonstra que o nível do speedcubing mundial está sempre aumentando. Mal podemos esperar pelo que está por vir!